O rebaixamento reflete o enfraquecimento no desempenho operacional do Minerva, uma vez que a empresa enfrenta condições que têm desafiado a indústria de carnes desde setembro de 2008, e também o aumento em sua carga de juros ao mesmo tempo em que lida com uma geração de fluxo de caixa baixa. Também incorporamos a dependência do Minerva de melhorias nas condições de mercado a fim de fortalecer suas métricas de crédito nos próximos anos, apesar do ambiente econômico incerto e volátil. Mesmo considerando um mercado possivelmente mais forte nos próximos seis meses e um início bem sucedido de suas operações de food services, acreditamos que os fluxos de caixa do Minerva permanecerão fracos, deixando pouco espaço para avanços significativos em seu perfil financeiro. Dados os mercados de créditos mais restritivos, o fluxo de caixa livre negativo e uma elevada carga de juros, os riscos de refinanciamento aumentaram consideravelmente. A empresa ainda conta com o montante disponível em caixa, que soma cerca de US$200 milhões, mas acreditamos que sua flexibilidade para suportar o atual ambiente é fraca.
Os ratings do Minerva também refletem as operações da empresa na indústria de carne global altamente competitiva, a deterioração em suas margens, a sua estrutura de capital altamente alavancada e o fluxo de caixa fraco. Os ratings também incorporam a lenta recuperação no ambiente operacional ainda adverso, com elevação nos custos da matéria-prima, queda nos preços de exportação e escassez de crédito nos mercados. Contrabalançando em parte esses aspectos negativos estão: a posição de caixa do Minerva, a sua base de ativos diversificada geograficamente no Brasil (com algumas operações no exterior), a expansão de sua carteira de produtos por meio de sua joint-venture com a Dawn Farms Food, e certa flexibilidade operacional na produção de pedidos made-to-order, derivada de sua maior capacidade de desossa do que de abate.