SÃO PAULO (Standard & Poor’s) – Desde 2009, a participação dos bancos públicos brasileiros no volume nacional de empréstimos tem ultrapassado à dos bancos privados, dado o papel de política governamental deles. Essa tendência representa uma mudança acentuada em relação aos anos anteriores, quando o crescimento do crédito se dividiu mais uniformemente entre participantes privados e públicos. Os participantes do mercado têm notado esse forte crescimento nos empréstimos dos bancos públicos e muitos deles estão preocupados quanto aos seus efeitos sobre o sistema financeiro brasileiro. Em função dessas preocupações, a Standard & Poor’s Ratings Services tem olhado de forma abrangente para o portfólio de empréstimos em geral do
sistema com o objetivo de determinar como o crescimento continuado dos empréstimos dos bancos públicos poderia afetar a qualidade de crédito do sistema financeiro do Brasil. A tendência negativa que atribuímos ao risco econômico da indústria bancária brasileira se deve, em parte, à rápida expansão do crédito – que tem levado a uma substancial carga de endividamento das famílias – ultrapassando de forma consistente e significativa o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos cinco anos. Conforme indicamos em março de 2013, embora esses riscos pressionem as margens dos bancos, isso não tem um efeito imediato sobre os ratings, porque esse risco ainda é administrável. No entanto, um aumento no risco econômico terá um impacto mais direto sobre os ratings, visto que poderá elevar os empréstimos problemáticos (NPLs, na sigla em inglês para nonperforming loans) e as perdas de crédito, enfraquecendo os perfis financeiros das instituições. Ver BICRA do Brasil permanece no Grupo '4'; Perspectiva de seis bancos alterada para negativa pelo aumento no risco econômico e no risco da indústria, 13 de março de 2013.