Os dez maiores bancos privados e públicos brasileiros enfrentarão fortes obstáculos em 2014, assim como o ocorrido em 2013. Inadimplência (NPLs na sigla em inglês para nonperforming loans) persistentemente mais alta que a média histórica e margens de intermediação financeira (NIM na sigla em inglês para net interest margins) mais baixas levaram a mais um declínio na média de retorno sobre ativos (ROA, na sigla em inglês para return on assets) (ROA; veja tabela 1) em todo o setor no ano passado. Receitas de tarifas com crescimento de dois dígitos ajudaram a mitigar de forma substancial essas barreiras ao desempenho de 2013, ao mesmo tempo que os maiores bancos mantenham boa captação de recursos (funding ) e liquidez. Contudo, os bancos públicos vêm conquistando participação de mercado (market share em inglês) substancial em comparação com os bancos privados desde o final de 2010, prejudicando assim o cenário para crescimento saudável do crédito (veja gráfico 1), o que antes havia propiciado uma melhora no desempenho de todos os bancos com balanços patrimoniais em rápido crescimento. Esta tendência representa uma forte mudança em relação à posição do mercado há dois anos, quando o crescimento do crédito era compartilhado de forma mais igualitária entre os bancos privados e públicos. A agressiva estratégia de crescimento do crédito por parte dos bancos públicos gerou algumas questões quanto ao ritmo atual de originação: se este é sustentável e se pode estar mascarando uma qualidade da carteira inferior, e se as suas qualidades de ativos continuarão resilientes, caso o crescimento se desacelere.