Há pouco tempo, o Brasil era considerado um dos principais mercados emergentes com forte potencial de crescimento. Os títulos da dívida soberana brasileira eram negociados a taxas comparáveis àquelas de países que a Standard & Poor’s Ratings Services avalia na categoria de rating ‘A’, mesmo diante do fato de que o rating de crédito soberano mais alto que o Brasil tenha registrado em seu histórico tenha sido ‘BBB’. Além disso, as perspectivas de crescimento do país eram comparadas àquelas de economias de rápido crescimento, como a da Índia e a da China. No entanto, agora, a República Federativa do Brasil (rating em moeda estrangeira BBB/Negativa/A-2) provavelmente enfrentará o seu terceiro ano de crescimento econômico modesto, e não esperamos que suas perspectivas de crescimento mudem nos próximos três anos. A Standard & Poor’s acredita que o PIB do país crescerá apenas 2,0% em 2013, após ter expandido 2,7% em 2011 e 0,9% em 2012. O fraco crescimento reflete o modesto desempenho de suas exportações e o declínio dos investimentos do setor privado, em parte, por causa dos sinais ambíguos das políticas do governo que têm afetado a confiança dos investidores. Os gastos das famílias brasileiras também poderão se desacelerar ainda mais diante do alto endividamento dos consumidores. O crescimento modesto contribuiu para o enfraquecimento marginal do perfil financeiro do governo soberano, incluindo a deterioração de seu desempenho fiscal e um aumento da carga de dívida do governo.
Será que estes são os desafios que todo país que transita para um desenvolvimento econômico maior terão de enfrentar, ou o Brasil ainda está lutando contra antigos obstáculos estruturais que limitam seu potencial de crescimento? Não surpreendentemente, a resposta é: um pouco de cada. O Brasil progrediu marcadamente em sua crítica tarefa de reduzir suas vulnerabilidades macroeconômicas, as quais já causaram uma série de crises econômicas, fiscais e financeiras nas últimas três décadas. Mas ainda há vários desafios — antigos e novos.